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Sabia que a forma como a criança segura no lápis pode influenciar diretamente o seu desempenho escolar e a sua confiança? 📝
A preensão eficaz de instrumentos como lápis, caneta ou pincel é uma competência de motricidade fina essencial para atividades como a escrita, a realização de grafismos e a pintura. Esta habilidade requer a coordenação precisa dos músculos intrínsecos da mão, garantindo controlo motor preciso, estável e confortável durante o uso.
A preensão tríade dinâmica é considerada o padrão funcional ideal. Neste tipo de preensão, o instrumento é sustentado entre o polegar, o dedo indicador e o dedo médio, enquanto os demais dedos oferecem apoio e estabilidade. Essa tipo de preensão permite movimentos finos, contínuos e precisos, promovendo fluidez e legibilidade na escrita. Em contraste, preensões inadequadas como a preensão em garra, digital ou lateral, podem limitar a precisão, provocar cansaço prematuro e comprometer a velocidade e a fluidez da escrita, afetando o desempenho escolar e a autoestima da criança.
A Terapia Ocupacional desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da motricidade fina, da coordenação óculo-manual e da postura adequada do membro superior — fatores essenciais para uma escrita funcional. O terapeuta ocupacional avalia o tipo de preensão utilizado pela criança e pode recomendar adaptações que favoreçam a estabilização do punho e da mão. A correção postural também é uma parte crucial da intervenção, uma vez que desalinhamentos do tronco, ombros, cotovelos, punho ou dedos interferem diretamente no controlo do instrumento de escrita.
Na escola, o reconhecimento precoce de padrões de preensão disfuncionais é crucial para prevenir dificuldades como a disgrafia, que frequentemente resulta da falta de controlo motor e da fadiga associada. A intervenção terapêutica visa não apenas corrigir a preensão, mas também promover a autonomia da criança nas atividades escolares.
A transição para o 1.º ano do ensino básico representa um momento crítico no desenvolvimento académico da criança, onde a escrita passa a ser uma das principais formas de aprendizagem e comunicação. Uma preensão inadequada pode comprometer significativamente esta transição, manifestando-se em dificuldades na aquisição da escrita, como traços pouco legíveis, lentidão, cansaço precoce e desconforto físico durante as tarefas escolares. Estes obstáculos podem desencadear frustração, diminuição da motivação e da autoconfiança, afetando o desempenho escolar e o interesse pela aprendizagem.
Dessa forma, a avaliação e intervenção precoce por parte da Terapia Ocupacional são essenciais para garantir que a criança desenvolva uma preensão funcional e entre no 1.º ano de forma mais segura, confiante e preparada. O terapeuta ocupacional é o profissional qualificado para identificar padrões disfuncionais, avaliar a motricidade fina, a coordenação e a postura, e elaborar um plano de intervenção individualizado, adaptado às necessidades específicas de cada criança.