A entrada no 1º ano de escolaridade é um marco no desenvolvimento da criança, mas também da família.
A família tem um papel fundamental para que a criança desenvolva sentimentos positivos pela escola, uma vez que a criança ouvirá dela as suas próprias experiências enquanto alunos, como também os desafios que poderá ter de enfrentar. Assim, se a família for encorajadora, identificar os aspetos positivos da vivência escolar (aprendizagem e estabelecimento de relações interpessoais) e demonstrar o seu suporte perante as dificuldades quer na adaptação, quer na aprendizagem, a criança sente-a como um porto seguro. Neste porto seguro, a criança permite-se a demonstrar os seus medos, as suas dificuldades, mas também celebrar as suas conquistas. O segredo é sempre apostar no processo ao invés do resultado. É transmitir confiança nas suas capacidades, e que mesmo quando é mais difícil, o importante é treinar e pedir ajuda. Desta forma, os pais também ingressam no 1º ano, com uma responsabilidade acrescida: facilitar que a experiência do seu filho seja a mais securizante possível.
Do ponto de vista da criança, esta transição pressupõe muitas mudanças, que exigem da sua parte, maturidade emocional para lidar com diversos desafios: novo contexto escolar, novos amigos, novo(a) professor(a), regras da sala de aula, permanecer nas tarefas, lidar com a frustração e o medo (porque tudo é uma novidade, e por isso, bastante desafiador). Para além, iniciam a aprendizagem da leitura, escrita e da matemática e consequentemente, começam a construir o seu sentido de competência enquanto aluno(a). Assim, quantas mais oportunidades de aprendizagem e consequentemente sucesso, a criança obtiver, maior será o seu sentido de competência, transformando-a num(a) aluna mais confiante e seguro(a). Por outro lado, se a criança apenas se confrontar com o insucesso, poderá entrar numa espiral de desmotivação e construir a crença que “não é capaz”.
Atualmente, estamos cada vez mais conscientes para a promoção do bem-estar físico e emocional das nossas crianças. Esta consciência leva-nos a apostar numa transição do pré-escolar para o 1ºciclo o mais facilitadora possível. Então, como podemos fazer isto?
O pré-escolar é a porta de entrada e o contacto que as nossas crianças irão ter pela primeira vez com a escola. É uma fase de transição, onde as crianças aprendem a brincar uns com os outros, a saber respeitar as regras do grupo, ouvir a professora, aprender a identificar e a gerir as suas emoções, a estimular a sua motricidade fina (ex., pegar no lápis, desenhar, recortar), como também, estimular competências pré-leitoras (ex., consciência fonológica) e matemáticas (por exemplo, contagens, conservação de número, etc.).
As competências pré-leitoras e matemáticas são preditores da aprendizagem da leitura, escrita e da matemática. Assim, podemos facilitar a aprendizagem das nossas crianças, e consequentemente fomentar a sua autoestima e sentido de competência enquanto aluno, se salvaguardarmos que estas competências estão estimuladas e dentro do esperado para a sua idade desenvolvimental. Desta forma, teremos crianças mais felizes e que associem memórias positivas ao ingresso no 1º ciclo.